No episódio 12 do cinematógrafo convidamos Fábio Feldmann, Professor e Crítico de Cinema, para falar de Nicholas Ray cineasta norte-americano que dirigiu vários clássicos de Hollywood, como Juventude Transviada (Rebel Without a Cause no original), em 1955, e Jornada Tétrica (Wind Across The Everglades no original), em 1958, entre muitos outros. O diretor que durante muito tempo foi considerado banal e menor dentro de Hollywood começou sua carreira com filmes Noir, logo foi passando por dramas e Western, diversificando mais seu repertório. Ele vai ser “descoberto”, e elevado ao patamar que conhecemos hoje, pelos franceses por um grupo que compunha a revista “Cahiers du cinema”, principalmente por André Bazin, um dos críticos mais conhecidos da revista. Esse grupo de jovens franceses redefiniram o cânone cinematográfico e mudaram a ordem de grandeza dos diretores de Hollywood. Então muitos diretores que eram considerados gênios foram atacados e diminuídos e muitos que eram considerados menores eles elevaram a condição de mestres. Como o caso de Nicholas Ray, que ganhou uma nova dimensão ao ser considerado por esses críticos como um poeta. Jean-Luc Godard acreditava ser Ray a expressão pura do cinema. Eles também o classificavam como o mais importante cineasta do pós-guerra. François Truffaut, cineasta francês e um dos fundadores do movimento cinematográfico conhecido como Nouvelle Vague, definiu Nicholas Ray de seguinte forma “[...] a marca do Ray reside em sua absoluta sinceridade aguda, ele não é um técnico de grande estatura, todos os seus filmes são meio desconjuntados, mas é óbvio que Ray aposta menos no sucesso tradicional.” Seus heróis eram homens desajustados, focalizando em tipos mais marginalizados que usam a violência como resposta para tudo. Nicholas Ray era um artesão no meio da indústria e influenciou muitos cineastas das gerações seguintes.