A produção contemporânea de imagens em movimento se encontra debaixo de um grande guarda-chuva: o meio digital. Por mais que as mídias passadas se mantenham preservadas nas obras de alguns artistas resilientes, hoje, o audiovisual - termo universalizante que ganha forças com o próprio digital - tem como sua menor matéria os zeros e os uns. Mas nem sempre foi assim, tudo junto e misturado… Na segunda metade do século XX, película e vídeo eletrônico determinavam linguagens diferentes, espaços de circulação diferentes e artistas diferentes. É nesse ambiente que uma das mais importantes cenas artísticas surge em Minas, a videoarte. Tendo Éder Santos como uma grande figura-farol, os videoartistas encontram pela primeira vez, no meio acessível do vídeo e dos menores formatos de película, uma maneira de produzir e experimentar o audiovisual de forma autossustentável, sem recorrer ao êxodo para o eixo. No episódio dessa semana do Cinematógrafo, da Rede Minas, nossos convidados Eduardo de Jesus, professor do departamento de Comunicação Social da UFMG, Lucas Bambozzi, artista multimídia, e Paulo Henrique Silva, crítico de cinema, discorrem sobre esse importante momento da produção cultural mineira, com direito a uma profunda análise do que diferencia as obras de Éder Santos e Cao Guimarães, dois nomes de peso que representam gerações diferentes desse cenário.